sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Método Psicanalítico

     Freud considera que houve três grandes revoluções na forma como encaramos o ser humano. A primeira revolução deu-se quando Copérnico, no século XVI, demonstrou que a Terra não era o centro do universo, mas sim um dos planetas que girava à volta de uma estrela, o Sol. A segunda revolução ocorreu quando Charles Darwin, no século XIX, mostrou que os seres humanos não eram de uma espécie diferente dos outros animais, mas uma espécie que evoluiu a partir de outras. A terceira, e não menos importante, teria o próprio Freud como protagonista, ao afirmar que não é a razão nem a consciência que controlam a vida humana, mas sim as forças do inconsciente que ele desconhece e tão pouco controla.

     Sigmund Freud desenvolveu um novo conceito de ser humano, um ser humano dominado desde o nascimento por pulsões, sobretudo de carácter sexual, vivendo conflitos intrapsíquicos que se manifestam no comportamento do nosso quotidiano. Reconheceu ainda a importância da vida afetiva no desenvolvimento cognitivo e social, assim como na personalidade do indivíduo, destacando a fase da infância como sendo a mais importante.

     Depois de ter abandonado a hipnose como meio de explorar o inconsciente, cria o seu próprio método, o método psicanalítico.
O método psicanalítico é um método de investigação dos processos mentais inconscientes da vida psíquica e é ainda um método terapêutico de certas neuroses (depressões crónicas, bipolaridade, esquizofrenia, perturbação da dieta alimentar, fobias, ...).

     Atualmente é considerado como um conjunto de técnicas aplicadas no domínio da psicologia clínica e da medicina psiquiátrica.

Algumas dessas técnicas inovadoras são:

Associação de ideias – o analisado é convidado a falar sobre si e o psicanalista procura que, por associação de ideias, o analisado vá ultrapassando a resistência e bloqueios, normalmente ao nível das recordações da sua infância.

Interpretação dos sonhos – o psicanalista pede ao analisado que lhe relate os seus sonhos. Segundo Freud, o sonho seria a realização simbólica de  desejos recalcados (“Sonho, a ‘via régia’ de acesso ao inconsciente”). Nesta técnica é analisado o conteúdo manifesto sonho, que corresponde ao que o paciente recorda do sonho, e o conteúdo latente, que corresponde aos desejos, medos e aos recalcamentos que estão subjacentes ao sonho. Os sonhos têm um significado simbólico que cabe ao analista dar-lhe um sentido, interpretando esses sonhos.

Análise da transferência – a transferência é um processo em que o analisado transfere para o psicanalista os sentimentos de amor/ódio vividos na infância, sobretudo relativamente aos pais.

Análise dos atos falhados – o psicanalista procura interpretar os esquecimentos, lapsos e erros de linguagem, leitura ou audição do analisado. Segundo Freud, estes erros involuntários manifestariam desejos recalcados no inconsciente e que surgiriam na vida quotidiana. Na obra A Psicopatologia da Vida Quotidiana, Freud dedica-se ao estudo destes lapsos.

     O tratamento e investigação da neurose assentam na ‘cura pela fala' onde o psicanalista analisa o discurso, as emoções e as recordações do paciente. Para isso deve haver uma relação afetiva entre o terapeuta e o paciente, o paciente deve confiar no terapeuta.
A cura não é possível porém com acompanhamento médico o paciente consegue ter mais controlo sobre a situação que o atormenta e consegue viver uma vida ‘normal'.




Ana Coelho nº4

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