quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Estádio sensório-motor


   As crianças, à medida que evoluem vão se ajustando à realidade circundante, e superando de modo cada vez mais eficaz, as múltiplas situações com que se confrontam. Cada estádio é definido por diferentes formas do pensamento. Piaget,foi um psicólogo e filósofo suíço, conhecido pelo seu trabalho pioneiro no campo da inteligência infantil, dividiu o desenvolvimento cognitivo em quatro grandes estádios, caracterizados por níveis de adaptação ao meio circundante qualitativamente distintos.
   O estádio da inteligência sensório-motora (do nascimento aos 2 anos) constitui o primeiro estádio e é assim denominado porque a actividade cognitiva durante este estádio baseia-se, principalmente, na experiência imediata através dos sentidos em que há interacção com o meio, esta é uma actividade prática.
   Em suma, este estádio inicia-se a partir de reflexos inatos (sucção) e termina com comportamentos (movimentos) coordenados e com o conhecimento de conceitos simples (p.ex: cão, gato).

No final deste estádio, a inteligência prática estára consolidada em resultado da acção da criança sobre o meio. 
Adriana Silva nº1.

sábado, 18 de fevereiro de 2017

    Evolução do conceito de behaviorismo

            
     O behaviorismo (do inglês behavior=comportamento), é o conjunto de teorias psicológicas que definem a psicologia como o estudo do comportamento do objetivamente observável (relação entre estímulos e respostas) o qual foi fundado por Jonh Watson e que se tornou numa das áreas mais importantes da psicologia moderna. Opõe-se à psicologia associonista de Wundt e ao uso da introspeção, não negando os estados de consciência, mas defendendo que não podem ser estudados objetivamente e também o uso de observações objetivas.
     
     Para o behaviorismo clássico, o comportamento baseia-se na resposta (ou conjunto de respostas) de um organismo a uma situação (ou conjunto de estímulos). Esta corrente teria como finalidade prever e controlar o comportamento de todo e qualquer individuo, contudo, foi sendo sucessivamente criticado devido a não explicar a diversidade e complexidade dos comportamentos humanos. Isto assenta na teoria de que uma determinada situação pode desencadear respostas diferentes em diferentes indivíduos; ou por outro lado, várias situações podem desencadear a mesma respostas.
     
     Outra das vertentes que apareceram foi o Neobehaviorismo (neo=novo), em que, alguns psicólogos foram desenvolvendo a cenceção original de Watson adequando-a progressivamente à complexidade da conduta humana. Exemplos disso foram:
   - Wood Worth, que adicionou a noção de que a resposta depende do tipo e/ou estado do organismo;
   - Levin e Cattel, em que a resposta depende da situação, mas também da personalidade do individuo;
   - Fraise e Piaget dizem que o comportamento é dado em função da relação entre a situação e o significado que o individuo dá a essa mesma situação (dependendo da sua personalidade.




José Freitas Nº17

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Desenvolvimento cognitivo


Segundo o modelo explicativo de Piaget, psicólogo Suíço, o individuo obtém o seu conhecimento a partir das próprias ações, as estruturas da inteligência são uma construção continua do individuo em interação com meio. Todo este processo interativo é desenvolvido por estádios que são universais e sequenciais. A criança nos primeiros tempos de vida apenas aprende a comer e a falar, depois começa a aprender novas regras a imitar as pessoas mais velhas. Assim a aprendizagem de conceitos novos e de esquemas de comportamento pode ser efetuada socialmente, pela observação de outras pessoas. Ao longo desses quatro estádios a inteligência desenvolve-se passando de prática para abstrata. A metodologia de Piaget centrou-se sobretudo na aplicação do método clínico  e na observação naturalista, sendo estes dois métodos retratados nas obras de Piaget e que visam seguir o processo de conhecer e pensar das crianças. A obra de Piaget marca e abre uma nova perspetiva sobre o conhecimento e pensamento humano. A sua conceção construtiva, que perspetiva o ser humano como resultado de fatores genéticos e ambientais, superou as perspetivas inatistas e comportamentais vigentes.

Sofia Leão 

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Behaviorismo

O behaviorismo (behave=comportamento) é o conjunto de teorias psicológicas que têm como objeto de estudo do comportamento, sendo assim a psicologia deste, fundada por Jonh Watson.
O comportamento, como objeto de estudo é definido por meio de duas unidades analíticas, como respostas e estímulos. As respostas são é uma ação que o organismo aciona, e podem ser explicitas (que se podem observar, como por exemplo, levantar a mão) ou implícitas (p.e.: batimento cardíaco, etc), e dependem da situação, ou seja, há respostas diferentes para cada tipo de situação (conjunto de causas). As respostas são desencadeadas pelos estímulos, e estes podem ser internos (regulados pelo hipotálamo) ou externos, e são registados pelos órgãos de sentidos. Os estímulos dependem da perceção que consiste na interpretação e na seleção das informações obtidas pelos sentidos. Do ponto de vista psicológico ou cognitivo, a perceção envolve também os processos mentais, a memória e outros aspetos que podem influenciar na interpretação dos dados analisados. Assim podemos concluir que o estímulo é a base do comportamento e a resposta não é sinônimo do comportamento, sendo esta a relação entre uma situação antecedente do meio, a resposta do organismo e a situação consequente à resposta do organismo. Neste sentido, uma resposta é somente um dos elos de um comportamento: especificamente, a ação realizada pelo organismo.

Ana Lima

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Misantropia

O termo misantropia surgiu a partir da junção de duas palavras gregas: anthropos, que quer dizer "ser humano", e misos​, que significa "ódio".
Misantropia é a aversão e repulsa aos seres humanos ou à humanidade.
O misantropo é alguém que se sente desconfortável com a vida em sociedade, além de desconfiar ou não gostar de outras pessoas.
Pode ser reproduzida através de várias formas, sendo a mais comum a introspecção, a timidez ou o comportamento anti-social.
A depressão, a tristeza e a melancolia são sentimentos que estão associados com a misantropia. No entanto, para os misantropos, essas condições não são consideradas essencialmente negativas, uma vez que, os misantropos preferem permanecer num estado de isolamento que por sua vez, pode ser interpretado como um ato depressivo.
Vários psicólogos acreditam que o que pode levar um misantropo acredita que não se enquadra na sociedade e não possua características normais dos seres humanos. Uma possível explicação para a repulsa que os misantropos sentem dos seres humanos, nomeadamente da vida em sociedade, está no medo da desilusão, além do constante foco nos aspectos negativos da humanidade.


 Curiosidade: No mundo da ficção, Dr. House é um caso de uma pessoa misantropo, uma das suas frases “A verdade da condição humana é que todos mentem. A única variável é sobre o quê...” está relacionada com esta aversão.

Ana Pereira nº2

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Direito a Greve



Todo o ser humano tem direito a lutar pelos seus direitos! Uma forma de se conseguir expressar é através de Greves.
Greve é a interrupção coletiva e voluntária do trabalho realizado por trabalhadores com o propósito de obter benefícios. Esses benefícios podem ser, por exemplo, aumentos dos salários, melhoria das condições de trabalho, etc…



Existem vários tipos de greve:
A Greve Geral é aquela que é promovida pela maioria dos trabalhadores de uma mesma classe ou profissão.
A Greve Passiva é aquela em que o trabalhador aparece ao local de trabalho, mas, no entanto, não trabalha.
A Greve de fome é aquela onde o grevista não se alimenta para chama à atenção da autoridade ou sociedade.
O Estado de Greve significa que há uma possível paralisação.
Nota: A greve dos estudantes não é considerada uma greve uma vez que não se enquadram em nenhuma categoria profissional.



                                                                                      Tiago Pacheco nº22 

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Desenvolvimento psicossexual – Sigmund Freud

Sigismund Schlomo Freud viveu no século XIX-XX (1856-1939), com nacionalidade austríaca.

Freud acreditava que a personalidade de cada indivíduo era desenvolvida no decorrer de uma série de estádios, nomeadamente cinco, durante a sua infância, que consistia na busca de prazer em áreas erógenas. Os cinco estádios desta teoria são: 1º estádio-oral, 2º estádio-anal, 3º estádio-fálico, 4º estádio-latência e, por fim, 5º estádio- genital. O primeiro estádio decorre entre o momento em que se nasce e o ano e meio. Neste estádioo líbido (obtenção de prazer) é a boca, a sucção é um comportamento adquirido desde logo pois é a forma que tem para se alimentar, podendo mesmo sugar objetos (chupeta) ou o próprio corpo (dedos). A criança acaba também por adquirir um sentimento de segurança e conforto para com os seus pais normalmente. O conflito principal nesta fase é o processo de desmame : a criança deve tornar-se menos dependente dos pais. Caso esta dependência não ocorresse Freud acreditava que o indivíduo teria problemas com dependência ou agressão. Independência oral pode resultar em problemas com a bebida, comer, fumar ou roer as unhas.

O líbido correspondente ao segundo estádio é o ânus e decorre entre o ano e meio e os três anos. O prazer é obtido através do ânus com a retenção/expulsão das fezes, com o exercício desenvolve-se comportamentos de controlo sobre as funções orgânicas. Neste estádio é muito importante as atitudes dos pais em relação às normas de higiente que se começam a desenvolver, não devendo os pais adoptar uma atitude muito severa nem muito branda. Podendo influenciar a personalidade da criança. Respostas como “Se fazes isso, não gosto mais de ti” ou ridiculizar os atos das crianças é sentido pela criança como uma perda do amor da mãe.

O terceiro estádio é caracterizado entre os três/quatro anos e os cinco/seis anos, o líbido está centrada nos órgãos genitais (sexo masculino e feminino, pénis e vagina respetivamente) obtendo o as crianças o prazer pela masturbação (primeiro contacto com o seu próprio órgão genital). O objeto fálico é símbolo do poder masculino. A criança vive o conflito central da infância-o complexo de Édipo (rapaz rivaliza com o pai a mãe e a rapariga rivaliza com a mãe o pai). No entanto, o rapaz tem medo de ser punido pelo pai- “medo da castração”, e a rapariga vive o complexo de castração- “inveja do pénis”. No quarto estádio deparamo-nos com um período de latência que decorre do cinco/seis anos até à puberdade. As vivências no estádio fálico são esquecidas uma vez que surgem outras preocupações com a entrada na escola como, preocupação com as relações entre colegas, passatempos, entre outros. A líbido é obtida pelo mecanismo da sublimação para tarefas gratificantes como a aprendizagem escolar e o trabalho. Ocorre também uma identificação com o progenitor do mesmo sexo, procurando o rapaz ser como o pai e a rapariga como a mãe, superando o complexo de Édipo. Esta fase é importante para o desenvolvimento de habilidades sociais e de comunicação e autoconfiança.

Por fim, o quinto estádio ocorre após a puberdade sendo a líbido obtida pelo interesse sexual no sexo oposto, capacidade de se reproduzir (acompanhado da entrada em 
funcionalidade das glândulas sexuais). Em fases anteriores, o foco foi exclusivamente nas necessidades individuais, porém o interesse pelo bem estar dos outros cresce durante esta fase. Se as outras etapas correram dentro da normalidade , o indivíduo encontrar-se-á equilibrado e carinhoso.


Freud defende que caso exista sinal de prevalência de sexo oral, masturbação ou de homossexualidade, podem constituir manifestações de imaturidade sexual. 
                                                                                                                 José Lopes, nº16 12ºB

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

O Conflito Nuclear
Ao conjunto de necessidades e impulsões biológicas adquiridas naturalmente e após o nascimento que buscam a satisfação imediata chamamos de ID.
No filme “Dangerous Method”, Keira Knightley interpreta um papel de uma mulher que sente prazer sexual quando é tratada com agressividade. Podemos explicar esta inclinação com o ID.
O ID é algo inconsciente, irracional e rege-se apenas pelo princípio do prazer. Só o Ego que é a frustração e conflitos que as normas sociais nos impõem é capaz de controlar o ID. Este cria mecanismos de defesa, recalcamento, para gerir os conflitos entre esses impulsos naturais e as normas que nos são impostas.
Na história do filme, a indivídua viveu num meio onde era agredida desde muito nova sendo então violada pelo pai. Podemos observar que o Ego da personagem está um pouco modificado pois, após a nascença, o desejo sexual, integrado no ID, de uma menina está direcionado para o seu pai mas normalmente esse desejo seria contrariado pelo Ego, mas neste caso, o Ego não lhe impôs barreira alguma ao incesto e ao seu primeiro desejo, daí a personagem não ser capaz de reconhecer o pai ou um familiar como apenas um familiar normal mas como um individuo do sexo masculino.
Podemos também explicar a indivídua interligar prazer a agressividade. Estes dois sentimentos são constituintes das duas pulsões do ID: Eros e Thanathos. Eros representa o amor, criação e Thanathos representa agressividade e destruição. Devido a na sua infância haver um clima onde o prazer sexual viria também com dor física imposta pelo parceiro, a sua mente criou, inconscientemente, uma ligação entre os dois, isto porque a norma que lhe fora imposta, que o Ego iria impor, é a interligação entre o desejo sexual e a violência.
Podemos então mais uma vez comprovar que o choque que obtemos na nossa infância é fundamental para fundamentarmos os nossos princípios e pensamentos. Pois o impulso natural criativo vai sempre nascer connosco (ideia inata) mas as normas a que nos vamos ter que sujeitar já tem que nos ser impostas posteriormente. Ao serem impostas e, após esse choque ser ultrapassado, ou seja, a superação do grande conflito nuclear, é criado um Super Ego, este que é a ideia da pessoa ideal que nós obtemos, ideia a qual é passada pela imagem idealizada dos nossos pais, como plenamente se observou no filme.Resultado de imagem para dangerous method scene

João Pereira.

domingo, 5 de fevereiro de 2017

A Greve


Como no passado dia 3 de fevereiro, não houve aulas devido a uma greve, vou explicar no que consiste a greve.
Greve é a cessação coletiva e voluntária do trabalho realizado por trabalhadores com o propósito de obter benefícios, como aumento de salário, melhoria de condições de trabalho ou direitos trabalhistas, ou para evitar a perda de benefícios. Por extensão, pode referir-se à cessação coletiva e voluntária de quaisquer atividades, remuneradas ou não, para protestar contra algo.
A palavra origina-se do francês grève, com o mesmo sentido, proveniente da Place de Grève, em Paris, na margem do Sena, outrora lugar de embarque e desembarque de navios e depois, local das reuniões de desempregados e operários insatisfeitos com as condições de trabalho. O termo greves significa, originalmente, "terreno plano composto de cascalho ou areia à margem do mar ou do rio", onde se acumulavam inúmeros gravetos. Daí o nome da praça e o surgimento etimológico do vocábulo, usado pela primeira vez no final do século XVIII.
Originalmente, as greves não eram regulamentadas, eram resolvidas quando vencia a parte mais forte. O trabalho ficava paralisado até que ocorresse uma das seguintes situações: ou os operários retornavam ao trabalho nas mesmas ou em piores condições, por temor ao desemprego, ou o empresário atendia total ou parcialmente as reivindicações para que pudessem evitar maiores prejuízos devidos à ociosidade.
A greve dos operários de fundição e serralharia em 1849, é considerada a primeira greve industrial, mas nas décadas seguintes, até à I República, houve paralisações dos trabalhadores tabaqueiros, das marinhas e arrozais, mineiros, caminhos de ferro, chapeleiros ou operários da construção civil, entre outras.
Em Portugal, a primeira greve geral foi realizada depois de o derrube do fascismo teve lugar a 12 de Fevereiro de 1982, convocada pela CGTP durante o governo AD. A CGTP, sem o apoio da UGT organizou ainda as greves gerais de 10 de Dezembro de 2002 e 24 de Novembro de 2010
A primeira greve geral, que uniu as duas centrais sindicais (UGT e CGTP) foi em 28 de Março de 1988 durante o governo de Cavaco Silva.
A situação repetir-se-ia em 24 de Novembro de 2010 durante o governo de José Sócrates, e em 24 de Novembro de 2011 e 27 de Junho de 2013 durante o governo de Pedro Passos Coelho.

Diogo Gonçalves Nº10 

A Greve


Como no passado dia 5 de fevereiro, não houve aulas devido a uma greve, vou explicar no que consiste a greve.
Greve é a cessação coletiva e voluntária do trabalho realizado por trabalhadores com o propósito de obter benefícios, como aumento de salário, melhoria de condições de trabalho ou direitos trabalhistas, ou para evitar a perda de benefícios. Por extensão, pode referir-se à cessação coletiva e voluntária de quaisquer atividades, remuneradas ou não, para protestar contra algo.
A palavra origina-se do francês grève, com o mesmo sentido, proveniente da Place de Grève, em Paris, na margem do Sena, outrora lugar de embarque e desembarque de navios e depois, local das reuniões de desempregados e operários insatisfeitos com as condições de trabalho. O termo greves significa, originalmente, "terreno plano composto de cascalho ou areia à margem do mar ou do rio", onde se acumulavam inúmeros gravetos. Daí o nome da praça e o surgimento etimológico do vocábulo, usado pela primeira vez no final do século XVIII.
Originalmente, as greves não eram regulamentadas, eram resolvidas quando vencia a parte mais forte. O trabalho ficava paralisado até que ocorresse uma das seguintes situações: ou os operários retornavam ao trabalho nas mesmas ou em piores condições, por temor ao desemprego, ou o empresário atendia total ou parcialmente as reivindicações para que pudessem evitar maiores prejuízos devidos à ociosidade.
A greve dos operários de fundição e serralharia em 1849, é considerada a primeira greve industrial, mas nas décadas seguintes, até à I República, houve paralisações dos trabalhadores tabaqueiros, das marinhas e arrozais, mineiros, caminhos de ferro, chapeleiros ou operários da construção civil, entre outras.
Em Portugal, a primeira greve geral foi realizada depois de o derrube do fascismo teve lugar a 12 de Fevereiro de 1982, convocada pela CGTP durante o governo AD. A CGTP, sem o apoio da UGT organizou ainda as greves gerais de 10 de Dezembro de 2002 e 24 de Novembro de 2010
A primeira greve geral, que uniu as duas centrais sindicais (UGT e CGTP) foi em 28 de Março de 1988 durante o governo de Cavaco Silva.
A situação repetir-se-ia em 24 de Novembro de 2010 durante o governo de José Sócrates, e em 24 de Novembro de 2011 e 27 de Junho de 2013 durante o governo de Pedro Passos Coelho

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Método Psicanalítico

     Freud considera que houve três grandes revoluções na forma como encaramos o ser humano. A primeira revolução deu-se quando Copérnico, no século XVI, demonstrou que a Terra não era o centro do universo, mas sim um dos planetas que girava à volta de uma estrela, o Sol. A segunda revolução ocorreu quando Charles Darwin, no século XIX, mostrou que os seres humanos não eram de uma espécie diferente dos outros animais, mas uma espécie que evoluiu a partir de outras. A terceira, e não menos importante, teria o próprio Freud como protagonista, ao afirmar que não é a razão nem a consciência que controlam a vida humana, mas sim as forças do inconsciente que ele desconhece e tão pouco controla.

     Sigmund Freud desenvolveu um novo conceito de ser humano, um ser humano dominado desde o nascimento por pulsões, sobretudo de carácter sexual, vivendo conflitos intrapsíquicos que se manifestam no comportamento do nosso quotidiano. Reconheceu ainda a importância da vida afetiva no desenvolvimento cognitivo e social, assim como na personalidade do indivíduo, destacando a fase da infância como sendo a mais importante.

     Depois de ter abandonado a hipnose como meio de explorar o inconsciente, cria o seu próprio método, o método psicanalítico.
O método psicanalítico é um método de investigação dos processos mentais inconscientes da vida psíquica e é ainda um método terapêutico de certas neuroses (depressões crónicas, bipolaridade, esquizofrenia, perturbação da dieta alimentar, fobias, ...).

     Atualmente é considerado como um conjunto de técnicas aplicadas no domínio da psicologia clínica e da medicina psiquiátrica.

Algumas dessas técnicas inovadoras são:

Associação de ideias – o analisado é convidado a falar sobre si e o psicanalista procura que, por associação de ideias, o analisado vá ultrapassando a resistência e bloqueios, normalmente ao nível das recordações da sua infância.

Interpretação dos sonhos – o psicanalista pede ao analisado que lhe relate os seus sonhos. Segundo Freud, o sonho seria a realização simbólica de  desejos recalcados (“Sonho, a ‘via régia’ de acesso ao inconsciente”). Nesta técnica é analisado o conteúdo manifesto sonho, que corresponde ao que o paciente recorda do sonho, e o conteúdo latente, que corresponde aos desejos, medos e aos recalcamentos que estão subjacentes ao sonho. Os sonhos têm um significado simbólico que cabe ao analista dar-lhe um sentido, interpretando esses sonhos.

Análise da transferência – a transferência é um processo em que o analisado transfere para o psicanalista os sentimentos de amor/ódio vividos na infância, sobretudo relativamente aos pais.

Análise dos atos falhados – o psicanalista procura interpretar os esquecimentos, lapsos e erros de linguagem, leitura ou audição do analisado. Segundo Freud, estes erros involuntários manifestariam desejos recalcados no inconsciente e que surgiriam na vida quotidiana. Na obra A Psicopatologia da Vida Quotidiana, Freud dedica-se ao estudo destes lapsos.

     O tratamento e investigação da neurose assentam na ‘cura pela fala' onde o psicanalista analisa o discurso, as emoções e as recordações do paciente. Para isso deve haver uma relação afetiva entre o terapeuta e o paciente, o paciente deve confiar no terapeuta.
A cura não é possível porém com acompanhamento médico o paciente consegue ter mais controlo sobre a situação que o atormenta e consegue viver uma vida ‘normal'.




Ana Coelho nº4