sábado, 18 de março de 2017

Freud e o inconsciente

Freud distinguiu três níveis de consciência, na sua inicial divisão topográfica da mente:


- Consciente - diz respeito à capacidade de ter perceção dos sentimentos, pensamentos, lembranças e fantasias do momento;
- Pré-consciente - relaciona-se com os conteúdos que podem facilmente chegar à consciência;
- Inconsciente - refere-se ao material não disponível à consciência ou ao escrutínio do indivíduo.




No entanto, o ponto nuclear da abordagem psicanalítica de Freud é a convicção da existência do inconsciente como:


a) Um recetáculo de lembranças traumáticas reprimidas;

b) Um reservatório de impulsos que constituem fonte de ansiedade, por serem socialmente ou eticamente inaceitáveis para o indivíduo

A perspetiva psicanalítica de Freud surgiu no início do século XX, dando especial importância às forças inconscientes que motivam o comportamento humano. Freud, baseado na sua experiência clínica, acreditava que a fonte das perturbações emocionais residia nas experiências traumáticas reprimidas nos primeiros anos de vida. Desta forma, assumia que os conteúdos inconscientes, apenas se encontravam disponíveis para a consciência, de forma disfarçada (através de sonhos e lapsos de linguagem, por exemplo). Neste sentido, Freud desenvolveu a psicanálise, uma abordagem terapêutica que tem por objetivo dar a conhecer às pessoas os seus próprios conflitos emocionais inconscientes. Freud acreditava que a personalidade forma-se nos primeiros anos de vida, quando as crianças lidam com os conflitos entre os impulsos biológicos inatos, ligados às pulsões e às exigências da sociedade.

Considerou que estes conflitos ocorrem numa sequência invariante de fases baseadas na maturação do desenvolvimento psicossexual, no qual a gratificação se desloca de uma zona do corpo para outra – da zona oral para a anal e depois para a zona genital. Em cada fase, o comportamento, que é a principal fonte de gratificação, muda – da alimentação para a eliminação e, eventualmente, para a atividade sexual..

Luís Coelho

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